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as curas com as leituras, e demonstrando os theoremas com cataplasmas. Aos quarenta annos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco annos, viuva de um juiz de fóra, e não bonita nem sympathica. Um dos tios delle, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou‐se de semelhante es‐ colha e disse-lh’o. Simão Bacamarte explicou‐lhe que D. Evarista reunia condições physiologicas e anatomicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excellente vista; estava assim apta para dar‐lhe filhos robustos, sãos e intelligentes. Se além dessas pren‐ das,— unicas dignas da preoceupação de um sabio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimal-o, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da sciencia na con‐ templação exclusiva, miuda e vulgar da consorte.
D. Evarista mentiu ás esperanças do Dr. Baca‐ marte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A indole natural da sciencia é a longanimidade; o nosso medico esperou tres annos, depois quatro, de‐ pois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da materia, releu todos os escriptores arabes e outros, que trouxera para Itaguahy, enviou consultas