bateu as asas, sem querer ouvi-lo. Dias depois...


Z — Adivinho o resto: uma série de encontros e fugas do mesmo gênero.


A — Justo.


Z — Mas, enfim, apanhou-o um dia.


A — Um dia só, e foi então que me contou o caso digno de memória. Tão contente que ele estava nesse dia! Jurou-me que ia escrever, a propósito disto, um conto fantástico, à maneira de Edgar Poe, uma página fulgurante, pontuada de mistérios — são as suas próprias expressões; — e pediu-me que o fosse ver no dia seguinte. Fui; o anel fugira-lhe outra vez. “Meu caro A, disse-me ele, com um sorriso fino e sarcástico, tens em mim o Polícrates do caiporismo, nomeio-te meu ministro honorário e gratuito.” Daí em diante foi sempre a mesma coisa. Quando ele supunha pôr a mão em cima da idéia, ela batia as asas, plás, plás, plás, e perdia-se no ar, como as figuras