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CANTO I
15

É por isto que o vão d'uma janella
Ha pouco declarei tão perigoso.
Naturalmente a timida donzella
Firma o rosto na mão; o corpo airoso
Acurva-se, fraqueia docemente,
Delicado, gentil, voluptuoso...


Então... eu sei!? talvez venha o desejo
De cingir esse corpo idolatrado
Com meiguice entre os braços; e não vejo
Que, depois de um abraço se haver dado,
Não se possa em seguida, sem maldade,
Imprimir sobre a face um terno beijo!


Deu-se isto mesmo com o nosso Pepe:
Nos braços a apertou, e um beijo ardente...
Espero agora que ninguem o increpe
Porque este, em vez de ser na ingenua frente,
Sobre os labios vermelhos da hespanhola
Convulso foi cair casualmente!