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PAQUITA

Que fronte d'anjo era a tua,
Vista ao reflexo amoroso
Dos frouxos raios da lua!


Uma tarde, ao pôr do sol,
No recosto pedregoso
Do monte nos encontrámos...
Lembras-te? Ess'hora bateu,
Porém nós mal a escutámos!
Os olhos tu, perturbada,
Baixavas, e no semblante
Não sei que luz te brilhava!
Eu sei que naquelle instante
O prazer me enlouqueceu!
Oh! fatal loucura aquella!
Tinha-me ali tão perdido,
Que, sem mais ver, delirante,
Nos braços te arrebatei!


Não sei por onde vagava