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constituiam o vicio radical d’essa eschola castelhana a que elle se presava de pertencer.»

Gregorio de Mattos nasceu na Bahia a 20 de dezembro de 1633 e falleceu em Pernambuco em 1696 na edade approximada de 73 annos.

Guilhermino Augusto de Barros (XXXIX). É este um dos nomes mais sympathicos da mocidade academica de 1852, um magistrado administrativo dos mais distinctos, deputado em diversas legislaturas e ainda na actual, par do reino electivo, director geral dos correios, conselheiro, orador excellente, poeta e prosador dos mais estimados. Guilhermino de Barros tem hoje cincoenta e cinco annos, (1886), e nasceu no Peso da Regua, donde é tambem natural outro distincto poeta, o sr. João de Lemos. Foram seus paes Francisco Manuel de Barros e D. Maria Maxima de Barros. Teve a sua educação em Villa Beal, que lhe foi dada por um seu tio egresso, homem de grande talento artistico e nobre coração. Um seu irmão é medico e outro sacerdote, antigo reitor na egreja de S. Salvador de Torpedo, e hoje o reverendo bispo de Cabo Verde.

No seu curso academico obteve o 2.o accessit no primeiro anno e o 1.o accessit no segundo anno, foi distincto no terceiro; gosou de dois perdões de acto, e obteve 2 M. B. e 8 B. em merecimento litterario.

Collaborou com Alexandre Braga, Soares de Passos e Ayres de Gouvèa no Novo Trovador, assim como no Bardo e no Instituto. As suas poesias Sombra de Portugal, Inglaterra e outras foram muito conhecidas nessa epocha.

Em tempo publicou tambem um romance historico, o Castello de Monsanto, que o tornou distincto na classe de Alexandre Herculano, Antonio de Oliveira Marreca, Rebello da Silva, romancistas historicos de primeira plana, aos quaes se seguiu de perto Bernardino Pinheiro. D’este livro escreve uma succinta analyse o sr. Camillo Castello Branco, seu antigo amigo e companheiro em Villa Real, no artigo que acompanhou o retrato do nosso illustre compatriota no jornal Correio da Europa. Alli diz o sr. Camillo: «...não hesito em aquilatar (esta novella) o romance chronica mais profundamente assignalado dos cunhos da vida portugueza do seculo xv, este ramo tão pouco enfolhado da litteratura nacional. Todo o drama tragico do