VII
Á VIRGEM DAS DORES
Ó Virgem dolorosa,
inclina á desditosa
o teu benigno olhar!
Só tu, com sete espadas
no coração cravadas,
sabes o que é penar;
tu sim, que viste afílicta
pender, ó mãe bemdicta,
o filho teu na cruz,
e alçaste, com dois rios,
aos céos teus olhos pios,
chamando em vão Jesus
Da dor que me lacera
mortal nenhum podera
sondar a profundez.
O que este peito chora,
treme, receia, implora,
só tu, Senhora, o vês.
Que dor! Nos sonhos cevo-a;
corro a fugir-lhe, levo-a;
que dor, oh mãe, que dor!
Sósinha a ti me abraço,
e em pranto me desfaço.
Mercê! perdão! favor!