Porque é que ficas á lua
Comtemplativo, a vagar?
Onde a tua noiva nua
Foi tão depressa a enterrar?

Que flores de graça doente
Tua fronte vem florir
Que ficas amargamente
Bebado, bebado a rir?

Que vês tu nessas jornadas?
Onde está o teu jardim
E o teu palácio de fadas,
Meu somnambulo arlequim?

De onde trazes essa bruma,
Toda essa névoa glacial
De flôr de languida espuma,
Regada de óleo mortal?

Que soluço extravagante,
Que negro, soturno fél
Põe no teu ser doudejante
A confusão da Babél?

Ah! das lagrimas insanas
Que ao vinho misturas bem,
Que de visões sobrehumanas
Tu'alma e teus olhos têm !