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Com desvelo alimento a minha chamma
Do peito no sacrario,
Como sagrada lampada, que brilha
Dentro de um sanctuario.
Sim; a tua existencia é um mysterio
A mim só revelado;
Um segredo de amor, que trarei sempre
Em meu seio guardado!
Ninguem te vê; — dos homens te separa
Um véo mysterioso,
Em que modesta e timida te escondes
Do mundo curioso.
Mas eu, no meu scismar, eu vejo sempre
A tua bella imagem;
Ouço-te a voz trazida entre perfumes
Por suspirosa aragem.
Sinto a fronte incendida bafejar-me
Teu halito amoroso,
E do candido seio que me abrasa
O arfar voluptuoso.