Ruge, sibila, sacudindo a grenha
Qual horrida bacchante: — alli despenha-se
Pelo dorso do monte alva cascata,
Que, de alcantis enormes debruçada,
Em argentea espadana ao longe brilha,
Qual longo véo de neve, que esvoaça,
Pendente aos hombros de formosa virgem,
E já, descendo a colear nos valles,
As plagas fertilisa, e as sombras peja
D’almo frescor, e placidos murmurios...
Alli campinas? roseos horizontes,
Limpidas veias, onde o sol tremula,
Como em dourada escama reflectindo
Floreas balsas, collinas vicejantes,
Toucadas de palmeiras graciosas,
Que em céo limpido e claro balancêão
A coma verde-escura. — Além montanhas,
Eternos cofres d’ouro e pedraria,
Coroados de píncaros rugosos,
Que se embebem no azul do firmamento!
Ou se te apraz, desçamos n’esse valle,
Manso asylo de sombras e mysterio,
Cuja mudez talvez jámais quebrára
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