OS ANIMAIS ISCADOS DA PESTE
(LA FONTAINE)
Mal que espalha o terror e que a ira celeste
Inventou para castigar
Os peccados do mundo, a peste, em summa, a peste,
Capaz de abastecer o Aqueronte n’um dia,
Veio entre os animaes lavrar;
E, se nem tudo succumbia,
Certo é que tudo adoecia.
Já nenhum, por dar mate ao moribundo alento,
Catava mais nenhum sustento.
Não havia manjar que o appetite abrisse,
Raposa ou lobo que saisse
Contra a presa innocente e mansa,
Rola que á rola não fugisse,
E onde amor falta, adeus, folgança!