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A Nize.
 

Impéras por tal arte na minh'alma,
Que as offensas d'amor são olvidadas,
E se em ira o ciume faz arder-me,
Com um sorriso teu 'stão perdoadas!

Já sabes no meu peito quanto pódes,
Já sabes, que fazer tu pódes tudo...
Desdens, ingratidão, se tanto intentas,
Por ti sempre captivo, nunca mudo!

Ah! tem de mim piedade; olha o que eu soffro!
Da minha paixão cega, não abuses;
So grata ao meu amor, e teus rigores,
Commigo, ó Nize bella! mais não uses.

Da tua fé depende a minha vida,
Pódes, meu bem, diclar a minha sorte;
S'esfriar leu amor, se m'esqueceres,
Dás-me penas crueis, depois... a morte!

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