Página:Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata offerecidas as senhoras portuenses (1859).pdf/58

48

Em quanto de monarcha as regalias,
Das grandezas no meio, attivo goza,,
De Bourbon a familia desthronada
Carpe a patria, e o solio desditósa!

Do seu destino ufano, a força bruta,
Qual barbaro, por lei conhece só;
Brios, honra, dever, tudo olvidando,
Quebra d'uma aliança o santo nó!!

Offuscando a verdade, acha pretexto
D'affrontar um monarcha, um povo inteiro,
'Squéce, que esse monarcha é Rei dos Luzos!
Que d'antiga progenie é o herdeiro!

Que longe de temer cruel remorso,
O throne, que é tão seu, affoilo trilha ;
Ninguem sonha seus dias encurlar,
Entre um povo fiel governa, e brilha.

Ao ver desacatada a patria minha,
No peito o coração pulsou mais forte,
Senti, que me girava inda na veias
Esse sangue d'Héroes d'altivo pórte!