Página:Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata offerecidas as senhoras portuenses (1859).pdf/78

68

Hia ver Hero formosa,
Amante sua adorada,
Que longe delle saudosa,
Suspirava apaixonada,
Anciando com ardor,
Que a noute com seu favor
Lhe trouxesse nesse amor
A ventura desejada!

Ah! de quantos juramentos,
Foste, ó noute, a confidente!..
Que amorosos pensamentos,
D'amor na incendida mente;
No silencio teu calaste...
Revela quanto escutaste,
O que no seio occultaste,
N'esses felizes momentos!...

Ah Dize e revela a dor,
Que a desditosa soffreu,
Quando o misero amador
Entre as vagas feneceu!
Revela qual a paixão,
Horror, desesperação,
Que sentiu no coração,
Quando o seu amor perdeu!