Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/137

133

XXVIII

   Uma noute o Scopezzi mui contente
(Depois de borrifar a sacra espada
Que traz da rubra fita pendurada
Com cuspo, e vinho, que vomita quente:)

   Conversava co’a esposa em voz tremente
Sobre a grande ventura inesperada
De ser a sua Placida adorada
Por um Marquez tão rico, e tão potente;

   A velha lhe replica: «Isso é verdade;
Em quanto moça fôr, nunca o dinheiro
Faltará n’esta casa em quantidade.

   «Mas tu sempre és o tafulão primeiro;
Pois tendo cabrão sido n’outra edade,
És agora o maior alcoviteiro!»

(D.)