Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/149

145

XL

Pela rua da Rosa eu caminhava
Eram sete da noute, e a porra teza;
Eis puta, que indicava assás pobreza,
Co’um lencinho á janella me acenava:

Quaes conselhos? A porra fumegava;
«Hei de seguir a lei da natureza!»
Assim dizia, e effeituou-se a empresa;
Prepucio para traz a porta entrava:

Sem que saude a moça prazenteira
Se arrima com furor não visto á crica,
E a bella a molle-molle o cú peneira:

Ninguem me gabe o rebolar d’Annica;
Esta puta em foder excede a Freira,
Excede o pensamento, assombra a pica!