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MOTTE
O inferno do Ciume.


GLOSEAS


I

   Esse abysmo, esse Orco eterno
Não é filho da razão;
Os pavores da illusão
É que pariram o inferno:
Pelo sizo me governo,
Que louco e falso o presume;
Mas, se não creio esse lume,
Nem esse invento maldicto,
Por exp’riencia acredito
O inferno do Ciume.


II

   Em vão prégador rançoso
Lá do pulpito vozêa,
Quando a triste imagem fêa
Traça do inferno horroroso:
É systema fabuloso,