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notas
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ANTI-PAVOROSA – PARODIA CHRISTÃ


I

Fatal maldição da Eternidade,
Dos vivos illusão, vida dos mortos;
Ou gloria para sempre, ou sempre inferno
De desordens, de crimes oppressora.
Não forjada por despotas, por bonzos.
Mas sim por divinal credulidade;
Dogma infallivel, que o prazer arreigas
Quando a sizania c′o remorso arrancas;
Dogma infallivel, favoravel crença.
Digno premio de peitos innocentes,
Das delicias gosando, que mal fingem
Impávidos á furia Centimanos,
Que vomitando estão perpetua chamma;
Superiores motejam o seu engano.
No limiar das Parcas, eis o quadro
Que observa em vivas côres a ignorancia,
Igualmente a sciencia em vivas côres;
Inda que eu por sciente só conheço
A quem teme os castigos no ameaço,
A quem teme tornar um pae tyranno,