Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/31

27
XV


A foda começada ao meio dia
Teve limite pelas seis da tarde.
Veio saltando a nympha de alegria,
E de sordida acção fazendo alarde:
O bom consorte, que risonha a via,
Lhe diz: «Estás córada! O ceu te guarde;
Bem boa alpistre ao passaro te coube!
Ora dize, menina, a que te soube?»

XVI


«Cale-se, tolo» (a puta descarada
Grita n′um tom raivoso, e lhe rezinga)
O rei dos cornos a cerviz pezada
Entre os hombros encolhe, e não respinga:
E o courão, da pergunta confiada,
Outra vez com o cafre, e mil se vinga,
Até que elle, faltando-lhe a semente,
Tira-lhe a mamma, e foge de repente.

XVII


Deserta por temor d′esfalfamento.
Deserta por temer que o couro o mate:
Ella então de suspiros enche o vento,
E faz alvorotar todo o Surrate:
Vão procural-o de cipaes um cento,
Trouxeram-lhe a cavallo o tal saguate;
Ella o vai receber, e o grão Nababo
Pasmou d′isto, e quiz vêr este diabo.