Porque em meu sangue ardia
A febre da saudade,
Febre que só minora
Sopro de tempestade;
Mas que se irrita, e dura
Quando é tranquillo o mar;
Quando da patria o céu
Céu puro vem lembrar;
Quando, no extremo occaso,
A nuvem vaporosa,
Á frouxa luz da tarde,
Na côr imita a rosa;
Quando, do sol vermelho
O disco ardente crece,
E paira sobre as aguas,
E emfim desapparece;
Quando no mar se estende
Manto de negro dó;
Quando, ao quebrar do vento,
Noite e silencio é só;