Jerusalem passou: sua grandeza
Sómente existe em derrocadas pedras.
O vate de Anathot, sobre seus restos,
Com triste canto deplorou a patria.
Hymno de morte alçou: da noite as larvas
O som lhe ouviram: squallido esqueleto,
Rangendo os ossos, d’entre a hera e musgos
Do portico do templo erguia um pouco,
Alvejando, a caveira. — Era-lhe allivio
Do sagrado cantor a voz suave
Desferida ao luar, triste, no meio
Da vasta solidão que o circumdava.
O propheta gemeu: não era o estro,
Ou o vívido jubilo que outr’ora
Inspirára Moysés: o sentimento
Foi sim pungente de silencio e morte,
Que da patria lhe fez sobre o cadaver
A elegia da noite erguer e o pranto
Derramar da esperança e da saudade.


XX.

A LAMENTAÇÃO.


Como assim jaz e solitaria e quèda
Esta cidade outr’ora populosa!