A face unida á pedra. A mim, a todos
Correm dos olhos lagrymas suaves
De compuncção. Atheu, entra no templo;
Não temas esse Deus, que os labios negam,
E o coração confessa. A corda do arco
Da vingança, em que a morte se debruça,
Frouxa está; Deus é bom: entra no templo.
Tu para quem a morte ou vida é fórma,
Fórma sómente de mais puro barro,
Que nada crês, e em nada esperas, olha,
Olha o conforto do christão. Se o calis
Da amargura a provar os céus lhe deram,
Elle se consolou: balsamo sancto
Piedosa fé no coração lhe verte.
— «Deus compaixão terá! — Eis seu gemido:
Porque a esperança lhe sussurra em torno:
— Aqui, ou lá... a Providencia é justa.»
Atheu, a quem o mal fizera escravo,
Teu futuro qual é? Quaes são teus sonhos?
No dia da afflicção emmudeceste
Ante o espectro do mal. E a quem alçáras
O gemente clamor? — Ao mar, que as ondas
Não altera por ti? — Ao ar, que some
Pela sua amplidão as queixas tuas?