Que somnolento move a coma estiva
Ante a aragem do mar, foste formoso;
Já te cubriram cespedes virentes;
Mas o tempo voou, e nelle involta
A formosura tua. Despedidos
Das negras nuvens o chuveiro espesso
E o granizo, que o sólo fustigando
Tritura a tenra lanceolada relva,
Durante largos seculos, no inverno,
Dos vendavaes no dorso a ti desceram,
Qual amplexo brutal de ardor grosseiro,
Que, maculando virginal pureza,
Do pudor varre a aureola celeste,
E deixa, em vez de um seraphim na terra,
Queimada flor que devorou o raio.
VI.
Cáveira da montanha, ossada immensa,
É tua campa o céu: sepulchro o valle
Um dia te será. Quando sentires
Rugir com som medonho a terra ao longe,
Na expansão dos volcões, e o mar, bramindo,
Lançar á praia vagalhões cruzados;
Tremer-te a larga base, e sacudir-te