Lá bramir juncto ao poeta
Não irão paixões e dores,
Vãos desejos, vãos temores
Do desterro em que elle jaz.
Hora extrema, eu te saúdo!
Salve, oh trevas da jazida,
D’onde espera erguer-se á vida
Meu espirito immortal!
Anjo bom, não me abandones
Neste trance dilatado;
Que contrito, resignado
Me acharás na hora fatal.
E depois... Perdoa, oh anjo,
Ao amor do moribundo,
Que só deixa neste mundo
Pouco pó, muito gemer.
Oh... depois... dize á mesquinha
Um segredo de doçura:
Que na patria o amor se apura,
Que o desterro viu nascer.