Página:Primeiras trovas burlescas de Getulino (1904).djvu/203

CALABAR

Oh não vendeu-se, não!—elle era escravo
Do jugo portuguez—quiz a vingança,
Abriu sua alma ás ambições de um bravo
E em nova escravidão bebeu a esp’rança!
Combateu ... pelejou ... entre a batalha
Viu essas vidas que no pó se somem;
Enrolou-se da patria na mortalha,
Ergueu-se—inda era um homem !

Calabar ! Calabar !—foi a mentira
Que a maldição cuspiu em tua memoria!
Amaste a liberdade ;—era uma lyra
De loucos sonhos, d’elevada gloria !
Alma adejando n’este céo brilhante
—Sonhaste escravo reviver liberto;
Subiste ao largo espaço triumphante,
Voaste—era um deserto!