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Oh Musa de Guiné, côr de azeviche,
Estatua de granito denegrido,
Ante quem o Leão se poem rendido,
Despido do furor de atroz braveza;
Empresta-me o cabaço d’urucungo,
Ensina-me a brandir tua marimba,
Inspira-me a sciencia da candimba,
A’s vias me conduz d’alta grandeza.

Quero a gloria abater de antigos vates,
Do tempo dos heroes armipotentes;
Os Homeros, Camões — aurifulgentes,
Decantando os Barões da minha Patria!
Quero gravar em lucidas columnas
Obscuro poder da parvoice,
E a fama levar da vil sandice
A’ s longínquas regiões da velha Bactria!

Quero que o mundo me encarando veja,
Um retumbante Orpheo de carapinha,
Que a Lyra despresando, por mesquinha,
Ao som decanta de Marimba augusta;
E, qual outro Arion entre os Delfins,
Os a vidos piratas embaindo —
As ferrenhas palhetas vai brandindo
Com estylo que presa a Lybia adusta.

Com sabença profusa irei cantando
Altos feitos da gente luminosa,
Que a trapaça movendo portentosa
A’ mente assombra, e pasma á natureza!
Espertos eleitores de encommenda,
Deputados, Ministros, Senadores,
Galfarros Diplomatas — chuchadores,
De quem resa a cartilha da espertesa.