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<poem>
Não contes comigo,
Que sou pobretão:
Em cousas mimosas
Sou mesmo um ratão.
Não fallo das flores, Dos prados não fallo, Nem tracto dos sinos Porque teem badalo;
Da rola que geme, A’ borda do ninho, Do tenue regato Que corre mansinho;
Nem das travessuras Do terno Cupido, Que faz do beato Janota garrido.
Mas se queres que alinhave Palavras desconchavadas, Desculpa, com paciencia, Sandices que vão rithmadas.
Desprenda-se a veia, Comece a festança, Mordendo, cortando — Com toda chibança.
Ateie-se a Musa, Na magra cachola, Com phrases flammantes De chôcho pachola
E qual estudante, Campando de sabio, Que empunha a luneta, Que é seu astrolabio: