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Pretinho da Costa
Não é gente aqui.
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Ouvindo o conselho
Da minha razão,
Callei o impulso
Do meu coração.
Se o muito que sinto
Não posso dizer,
Do pouco que sei
Não quero escrever.
Não quero que digam
Que fui atrevido;
E que na sciencia
Sou intromettido.
Desculpa, meu caro amigo,
Eu nada te posso dar;
Na terra que rege o branco,
Nos privam té de pensar!...
Ao peso do captiveiro
Perdemos razão e tino,
Soffrendo barbaridades,
Em nome do Ser Divino!!
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E quando lá no horisonte
Despontar a Liberdade;
Rompendo as ferreas algemas
E proclamando a igualdade;
Do chôcho bestunto
Cabeça farei;
Mimosas cantigas
Então te darei. —