Em laços de Hymenêo; mas tu negaste
Sempre o que hoje sem pejo declaraste.
Traidora! Eu não dizia, eu não jurava,
Que o meu socego ao teu sacrificava!
Ah! Porque me não déste o desengano,
Que eu te pedia, Coração tyranno?
Se Inálio, porque tem Campos, e Gados,
Numerosos Casaes, amplos Montados,
Attrahe esse teu genio interesseiro,
E eu, posto que leal, que verdadeiro,
De clara geração, de sangue honrado,
Caducos, frageis bens não devo ao Fado,
E por isso não posso no teu peito
Produzir da ternura o doce effeito;
Que razão te obrigou a acarinhar-me,
E de hum fingido amor capacitar-me?
Coração, em perfidias atolado,
Impia, se o não tivesse inda creado
A vingadora Mão de Jove Eterno,
Devia para ti crear o Inferno.
Consola-te, Pastor; essa perjura
Não deve motivar tua amargura;
Castiga-lhe a traição, e o fingimento
Lançando-a n'um profundo esquecimento.
Que mais satisfação, que mais vingança