He possivel! He certo! Oh Ceos! Soccorro.
Eu pasmo, eu desespero, eu ardo, eu morro.

FRANCINO.


Amigo, torna em ti, recobra alento,
Declara-me o teu íntimo tormento.
Do cégo frenesi, que te domina,
Quem he causa, Pastor? He Urselina?

ELMANO.


Quem, senão ella (oh Ceos!) me obrigaria
A tão pasmoso extremo? A Sorte impía
Com todo o seu poder nunca tem feito
Desmaiar a constancia de meu peito:
Quem me abate he Amor, não o Destino.
Eu te conto o meu mal, eu vou, Francino,
Retratar-te a mais negra, a mais horrivel
De todas as traições. Não he possivel
Nos Ermos encontrar da Lybia ardente
Monstro, seja Leão, seja Serpente,
Que possa comparar-te á Féra humana,
Que com tanto rigor me desengana.
Quantas vezes notaste, honrado Amigo,
Finezas, que a traidora obrou comigo!
Quantas vezes daqui presenciaste
Seus gestos, seus affagos, e julgaste,