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QUINCAS BORBA

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QUINCAS BORBA

tecta sunt peccata. Assim rangia a porta em mau e litteral sentido. A visão foi tal, em certa occasião, que o nosso amigo ficou a olhar para a parede, como se alli estivesse a rotula da rua Harmonia. De imaginação, fez uma serie de acções: — bateu, entrou, lançou a mão ao gasnate da costureira, e pediu-lhe a verdade ou a vida. A pobre mulher, ameaçada da morte, confessou tudo; levou-o a ver a dama, que era outra, não era Sophia. Quando Bubião voltou a si, sentiu-se vexado. — Não, não podia ser ella. Vestiu o collete, e foi abotoal-o deante de uma das janellas, que dava os fundos, no momento em que uma caravana de formigas ia passando pelo peitoril. Quantas vira passar outriora! Mas desta vez, nunca soube como, pegou de uma toalha, deu dous golpes, atropellou as tristes formigas, matando uma porção dellas. Talvez alguma lhe pareceu «boa figura e bonita de corpo». Logo depois arrependeu-se do acto; e realmente, que tinham as formigas com as suas suspeitas? Felizmente, começou a cantar uma cigarra, com tal propriedade e significação, que o nosso amigo parou no quarto botão do collete. Sóôôô... fia, fia, fia, fia, fia, fia... Sôôôô... fia, fia, fia, fia, fia...