QUINCAS BORBA
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ao pé, armada para tudo. Casa ou morre. Não me replique. Você não é feliz, — continuou mudando o tom; por mais que faça, eu vejo que você passa a lida sem gosto. Venha cá, diga-me com franqueza, tem inclinação a alguém? Se tem, confesse, que eu mando procurar a pessoa. — Não tenho. — Não? Pois é justamente o que nos serve. Não precisa pôr e3criptos no coração; conheço um bom inquilino. Maria Benedicta voltou-se de todo para ella, com os lábios entreabertos e os olhos escancarados. Parecia receiar da proposta ou anciar por ella. D. Fernanda, não atinando com o verdadeiro estado da amiga, pegou-lhe na mão primeiro, e pediu que lhe dissesse tudo. De força que amava a alguém, era claro, via-se-lhe nos olhos, cumpria confessul-o, instava, rogava, — intimaria, se preciso fosse. A mão de Maria Benedicta esfriara, os olhos cavavam o chão, e, por alguns instantes, nenhuma dellas disse nada. — Vamos, falle, repetiu D. Fernanda. — Não tenho que dizer. D. Fernanda fazia gestos de incredulidade; apertava-a cada vez mais, passou-lhe a mão pela cin-