parece abalar-se, não porque eu duvide de ti, mas porque duvido do destino. Já te disse que sou supersticiosa, — defeito das mulheres e das crianças. Estremeço algumas vezes, quando encaro o futuro, e, sem saber por que, pergunto a mim mesma qual será o fim de tudo isto. Desmaios apenas, e raros, de um coração que ambiciona, talvez, mais do que poderia obter.
— Não te parece que eu esteja emendado? disse Félix sorrindo. Há quantos dias não há sequer...
— Cala-te! interrompeu Lívia tocando-lhe os lábios com os dedos. Tenho medo de te ouvir falar assim.
E depois de um instante de silêncio:
— Não é o teu coração que me faz tremer; o teu coração é bom. Não é também o teu espírito, apesar de caprichoso, visionário, inconstante. Receio do futuro, à vista do passado.
— Do passado? perguntou Félix estacando o passo.
Lívia suspirou.
— Que houve de mau no teu passado?