Foi diferente a noite que ambas passaram.

Raquel estava mais tranqüila depois da conversa no jardim; mas, que destino teria a flor de sua alma, lírio transformado em goivo, vivido de lágrimas, medrado no silêncio? Não lhe apeteciam lutas. Faltavam-lhe as armas de combate: — a astúcia ou a energia; faltava-lhe principalmente o desejo de despertar um coração que sabia não ser seu.

Mas esse coração possuía-o acaso Lívia? Parecia-lhe que não; o mistério, porém, a reticência, a indecisão das palavras da rival, tudo se lhe afigurava cobrir um drama que ela não compreendia nem conjeturava.

No ânimo de Lívia outras foram as preocupações. Para ela, a situação era mais clara. Sentia desvanecer-se o amor de Félix, e via surgir uma rival perigosa. Tinha medo da ignorância de Raquel; receava que a inocência dessa alma ainda em flor pudesse dominar o espírito rebelde de Félix; e tal seria a catástrofe das suas esperanças.

E quando todas essas sombras lhe povoavam o espírito, e o coração lhe pulsava com mais força, perguntava-lhe a consciência se lhe