Quando Luís, numa das suas voltas, se chegou à mãe, achou-a com os olhos cravados no chão, trêmula e pálida. Chamou por ela inutilmente. Agarrou-lhe as mãos e a moça pareceu acordar de um letargo.
— Que tem, mamãe? perguntou o menino, afagando-a com voz lacrimosa.
Lívia não respondera a princípio. A voz da criança chamou-a enfim à realidade. Olhou vagamente à roda da sala, e como se a pouco e pouco lhe voltasse a consciência, dirigiu lentamente os olhos à carta fatal. Tinha-a ainda entre as mãos. Releu-a com ansiedade, levantou-se arrebatadamente, deu alguns passos e de novo se deixou cair na cadeira. O menino correu à porta assustado. O tio entrava nesse momento.
— Que é? disse Viana vendo o ar assustado do menino, e as feições decompostas da irmã.
Lívia entregou-lhe a carta.
A carta dizia assim:
“Lívia
{{d|O que vou fazer é indigno, bem o sei; mas é ainda mais cruel do que indigno. O