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menos brusca a transição e apresentavam-na como symbolo de intenções pacificas; aliás, accrescentou, ora a bandeira com que os fortes do Recife annunciavam, havia muito tempo, o apparecimento de navios na costa e as embarcações vindas de fúru, vendo sempre o signal acostumado, entravam sem desconfiança; ora isto o que justamente se queria, porquanto havia falta de viveres na cidade e se receiava que o aspecto de uma nova bandeira assustasse os que os traziam.[1]

A cròr no citado contemporaneo os membros do Governo Provisorio cogitaram de principio em adoptar a tricolor franceza; inquirindo porém da sua interpretação e informados de que exprimia a reunião dos tres estados, regeitaram-na.[2]

Assentaram então na organização de uma bandeira propria a concretizar de modo assas expressivo as aspirações da nascente nacionalidade.

Não é desarrazoado suppor que o P. João Ribeiro Pessoa tenha sido quem presidisse á escolha e á disposição das cores e dos symbolos da nova insignia e — habil professor de desendo como era — até mesmo houvésse fornecido algum esboço ao artista incumbido do sua elaboração.

Esta foi confiada ao pintor Antonio Alvares, pardo fluminense de notavel talento, que na occasião se achava 10 Recife e executou a oleo os retratos dos chefes republicanos, telas a cujo numero talvez pertença o retrato de Domingos José Martins, ou, mais provavelmente, o de José Luiz de Mendonça, conservados ambos na galeria do Instituto Archeologico.

O original do desenho da bandeira, então traçado a aquarella por Antonio Alvares, ainda existe actualmente: subtraido dos autos da devassa, figurou na Exposição de

  1. L. F. de Tollenare. — Notas Dominicaes. — Recife. 1905, pag. 188, — He a bandeira francesa, disse ao Autor um soldado rebelde, pags. 203.
  2. Loc. cit., pag. 205.