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REVISTA

DO

Instituto Archeologico e Geographico Pernambucano
 

VOL. XI
Dezembro de 1903
N. 60

Os Patriotas de 1817

São varias e discordes as opiniões dos escriptores que tem tratado da revolução de Pernambuco em 1817. Moniz Tavares, não obstante ficar ainda aquem do juiz de que a revolução precisa para poder ser bem comprehendida e julgada juiz desinteressado, desprevenido, que saiba, e queira cumprir o preceito de Tacito —, é assim mesmo dentre todos o que se mostra mais perto da verdade. Ha razão para isso. Elle testemunhou ocularmente grande parte dos acontecimentos, foi um dos implicados na revolução, padeceu por ella, pagou ao despotismo o seu imposto de liberdade no porão do Carrasco, e nos antros immundos da cadeia da Bahia.

Ainda assim, a certos respeitos, ou porque aprecia o movimento revolucionario de um ponto de vista que a moderna sciencia historica já considera abaixo do estalão da critica, ou porque nas suas apreciações não pode ficar inteiramente superior á influencia dos sentimentos pessoaes, dá motivo a rectificações, e os capitulos, que a publica, do livro III de minha obra inedita — Os Patriotes de 1817 — servirão de prova.

Armitage (Historia do Brasil') pouco diz a tal respeito,