15 DE JULHO DE 1838.

REVISTA
LITTERARIA.

Artes.



JAZIGO DO CORAÇÃO
DE D. PEDRO.

Nunca eu salvo o lumiar do magestoso templo da Lapa, que nao seja acommettido de um tropel de sentimentos tão encontrados e contradictorios como as paixões humanas. Que ternas e saudosas recordações da minha juventude! Estas augustas e elevadas abobadas já retumbárão com as canticos sagrados que eu e meus pequenos camaradas de collegio vinhamos cheios de enthusiasmo entoar ao Divino em occasiões de festa. Aqui, nessa quadra magica da vida, já a vehemente eloquencia d’um cenobita arrancou de meus olhos uma torrente de lagrimas as mais abundantes e as mais apaixonadas que em vida minha tenho derramado. São passados desoito annos; e os meus affectos , as sensações da minha alma são vasadas em outros moldes: — será a mudança só devida ao progresso da idade, ou tambem á differença dos tempos? Valerei eu agora mais,