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IV

para a Diocese d'Elvas, desafogou , para maior desdita sua, em algumas composições poéticas.[1]

Acabados aqui os seus estudos, ardor d'approveitar-se em patria alheia [2]o transportou a Lisboa, para melhor proseguir na sua carreira; mas o Bispo d'Elvas,[3] cujo odio a sua victima havia exacerbado, pô-

  1. D'ellas, chegou ás minhas mãos o soneto que transcrevo. Achal-o-ha demasiado virulento quem não souber que o sollicito Pastor desterrou muitas das suas ovelhas, entregando-as á lôba da Inquisição: « São pedreiros-livres, dizia o sancto homem, inimigos do throno e do altar!... »

    » Alviçaras, Funchal, da oppressa frente
          » Arranca em fim o ramo d’acypreste;
          » As alvas roupas da alegria veste;
          » As faces banha de prazer vehemente!

    « O flagello tenaz da humana gente,
          » Mais terribil que fome, guerra e peste,
          » Por Decreto fatal da Mão celeste
          » A seu pezar te deixa em paz contente!

    « Era um sancto Varão!... viver devia
          » Lá no callado horror das mudas selvas,
          » Onde nem sequer visse a luz do dia;

    « Brutas feras tractar, manter se em relvas,
          » Esse aborto da torpe hypocrisia
          » O Bispo do Funchal, eleito d'Elvas.

  2. Soneto — pag: 90.
  3. Torres