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SONETO.
Ao Excellentissimo e Reverendissimo Bispo do Funchal o Senhor D. Luiz Rodrigues Villares.


Prelado Excelso, o Nobrega doente,
Cá das margens do Tejo, onde o remistes,
Vae , sôbre as azas de seus versos tristes,
A beijar-vos humilde a mão clemente.

Inda se lembra da tenaz corrente,
Que de seu rôto pé Sabio despistes,
Quando em carcere abjecto em lucto o vistes
Dos Paes, do Bemfeitor, da Patria ausente.

Só vós o fado meu vencer podestes,
Só vós os agros dias me adoçastes,
Do vosso antecessor mimos agrestes.

Conheça o Mundo o quão diverso andastes:
Aquelle me espancou, vós me acolhestes;
Aquelle me prendeu, vós me soltastes.