SONETOS
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VI

Só quem teme o Não-ser é que se assusta
Com teu vasto silencio mortuario,
Noite sem fim, espaço solitario,
Noite da Morte, tenebrosa e augusta...

Eu não: minh’alma humilde mas robusta
Entra crente em teu átrio funerario:
Para os mais és um vácuo cinerario,
A mim surri-me a tua face adusta.

A mim seduz-me a paz santa e inefavel,
E o silencio ideal do Inalteravel,
Que involve o eterno amor no eterno lucto.

Talvez seja peccado procurar-te,
Mas não sonhar comtigo e adorar-te,
Não-ser, que és o Ser único absoluto.