seus menores gestos, eram estudados por adoradores, como por indiferentes, e interpretados ao sabor de cada um. A moça incomodava-se muito com isso; retraía-se; tornava-se cada vez mais reservada, constrangendo sua jovialidade e franqueza. Não obstante o círculo em que vivia, obstinava-se em dar a quanto ela dizia ou fazia, uma significação oculta e misteriosa.
Uma noite sucedeu dançar duas quadrilhas com o mesmo par; tão indiferente lhe era o sujeito que não se lembrou de já ter dançado com ele no princípio da partida. O fato foi muito comentado, até por algumas amigas, que viram nele uma preferência manifesta. Guida aproveitou a ocasião para de uma vez pôr termo a essa insistência que a afligia.
— Tenho muito tempo para ser moça. Agora ainda sou criança, e quero sê-lo até dezoito anos. Não cuido nessas cousas de que os outros tanto se ocupam; só penso em divertir-me. Para mim é indiferente o par com quem danço,