— Anda, conselheireiro, instou o Soares; se pensas tanto, ficas em branco para outra vez.
O banqueiro queria bem, do fundo d'alma, ao filho de seu falecido benfeitor, e por ele faria todos os sacrifícios. Mas a veia sarcástica, que ao próprio dono não poupava, às vezes sem ele o querer, beliscava o inofensivo e pachorrento amigo. Nunca o Soares pudera tomar ao sério o título de conselheiro do Barros; e por isso inventara aquele termo mais apropriado, pela etimologia idêntica à de cabeleireiro.
Impassível como sempre, o Barros nem se ressentiu, nem se apressou.
Foi nessa ocasião que aproximou-se o Guimarães, acompanhado de Ricardo e Fábio, a quem fora receber na entrada:
— Sr. comendador, tenho o prazer de apresentar-lhe os meus amigos, os Srs. Dr. Nunes e Dr. Araújo!
— Tenho muito prazer em conhecê-los! Esta casa está sempre ao seu dispor, quando queiram. Nada de cerimônias. Estamos em família!
Estas palavras, Soares as proferiu soerguendo-