a florescência já passada, e naquilo que via, o embrião do fruto.
Depois de olhar a flor agreste com enlevos de artista, o moço, que procurava qualquer modelo, lembrou-se de copiar o arbusto em uma das páginas do álbum. Escolheu a posição, aproveitando os acidentes do terreno em ladeira, para servir-lhe de mesa. De joelhos na grama, debruçado sobre o declive de um barranco, traçou rapidamente a lápis o esboço da planta.
Enquanto descansava, examinou de novo a flor do ramo que tinha quebrado:
— Que bela cor de ouro! murmurou.
Então com as impressões poéticas da flor agreste se enlearam outras cismas que absorveram completamente o espírito de Ricardo. Como a seiva exuberante de uma árvore, que rompe a casca e borbulha aqui e ali pelo tronco em fios de resina, assim os pensamentos que enchiam a alma do mancebo se escapavam de vez em quando nas palavras entrecortadas de um monólogo.
— Ouro!... ouro!... És o rei do mundo, rei