madrugada, chovia a cântaros, quando batem-lhe à porta. Era um chamado a toda a pressa para a casa do Soares; a carta era instante; o carro estava à espera. O velho doutor consultou todas as juntas do corpo para ver se não tinha algum travo de reumatismo, que o desculpasse com o capitalista e a consciência. Achando-se perfeitamente lépido, não teve remédio senão erguer-se e partir.

— Fez sua obrigação.

— Sem dúvida. Chegando o doutor foi recebido pela Guida...

— A filha?

— Sim; a qual muito aflita comunicou-lhe que o incomodara àquela hora da noite para ver Sofia, que estava muito mal, a decidir, de uma moléstia de coração. O doutor conhecia melhor o dinheiro do que a família do capitalista; não sabia pois de quem se tratava; pensou porém que devia ser uma pessoa importante da casa. Acompanhou a moça a uma alcova frouxamente iluminada por uma lamparina, onde havia um leito envolvido em alvos cortinados de