— Não admito gracejos a este respeito, sr. visconde.

— E esta! Não costumo gracejar com os negócios.

— Então é um negócio que o senhor veio propor-me?...

— E que negócio!... Magnífico!... Olhe; um namoro com uma rapariga como a Guida, custa caro! Eu conheço aquela sujeitinha! Está acostumada a atirar fora as notas do banco como se fossem papéis de bala! Além disso há de ser preciso sustentar por muito tempo, um ano seguramente, a tramoia, o que fica um tanto salgadete.

O visconde hesitou um momento, calculando uma última vez as probabilidades da especulação. Ricardo, mantendo com esforço a calma de um frio desprezo, desviava com desgosto o olhar da fisionomia grosseira e astuta do usurário:

— Pois, meu amigo, eu forneço todo o dinheiro necessário para o nosso negocinho... Já sabe, com a condição de tirar a minha fatia do bolo. Que diz? Vamos ao ajuste; sempre é bom.

— Creio que terminou a sua proposta? perguntou