as longas cartas que Ricardo escrevia com recados para todos, especialmente para ela.

Acabava Juca, um dos filhos de D. Benvinda, de chegar do correio, trazendo duas cartas, uma delas bastante volumosa e portulada com um batalhão de estampilhas. Pelo sobrescrito conheceu logo a velha que a do filho era a mais pequena.

Abriu-a, e disse com um suspiro ao passá-la à Luisinha para ler:

— Tão curta!

— É mesmo! repetiu Luisinha com a doce voz arrastada. Ele que sempre escreve tanto!

A carta continha apenas estas palavras:


Minha boa e querida mãe.

De prevenção e à pressa lhe envio estas linhas. Estou ocupado com um trabalho importante, que devo concluir até amanhã; e receio me roube o tempo que eu destino para conversar com aqueles a quem amo.

Mas trabalhando, não tenho eu sempre vivas em minha alma, para dar-lhe coragem, a sua imagem, minha querida mãe, a de Bela, de Luisinha,