Assim decorreram três meses.
A notícia do casamento de Bela, que se realizou em poucos dias, produziu nas relações de Guida e Ricardo uma alteração sensível.
A princípio a moça deixou-se influir por um assomo de altivez. Entendeu que não devia aceitar o sacrifício de Bela, por lhe parecer humilhante. Preferia matar seu amor, sufocá-lo no seio, a profaná-lo em um casamento frio, e rejeitado por outra.
Mais tarde, mudou completamente. Não vendo Ricardo, adivinhou que era a dor da perda de Bela que o afastava dela, e teve ciúmes. Outra vez sentiu o impulso generoso de disputar esse nobre coração ao desânimo e à descrença, de povoar com seu imenso amor o deserto daquela alma assolada pela desgraça.
Ricardo porém sucumbira ante a perda irreparável da mulher a quem amara; e só então conheceu a profundeza do golpe que sofrera. Por muito tempo ele pertenceu exclusivamente à mágoa que enlutara sua vida e à saudade do passado amor.
Quando Guida o viu, desfigurado e pálido, respeitou