me com gente poderosa, substituo-lhe a reticência estrelada.

— Mas quem é o rei desse valido? perguntou Ricardo.

— O rei? É o mundo, e portanto qualquer pessoa. Pode ser o senhor, por exemplo.

— Eu?

— Por que não? Vou lhe confessar uma fraqueza minha. Eu tenho neste momento três desejos... Não cuide que são os da caixinha do jogo de prendas.

— Ainda bem; eu já me tinha lembrado do Sr. Benício e de seu chapéu de sol.

— Qualquer desses três desejos depende do senhor; entretanto eu estou certa que não é capaz de satisfazer a nenhum.

Estava Ricardo surpreso ao último ponto da direção que tomara a conversa; mas o modo natural de Guida, e a garridice com que falava, o punham a gosto.

— Está me metendo em brios, notou o moço a rir.

— Também tenho a minha diplomacia.