Enquanto te procurava
Andei errados caminhos;
E das rosas que murcharam
Só me restam os espinhos.
Vai-te, oh fortuna,
Não me atormentes;
Já não te creio,
Em tudo mentes.
Por cousa tão transitória
É loucura amofinar-nos;
Os bens que hoje nos outorgas,
Amanhã podes tirar-nos.
Vai-te, a fortuna,
Não me atormentes;
Já não te creio,
Em tudo mentes.
Com bem pouco me contento,
Conformei-me co'a desgraça;
Já me tenho por ditoso,
Já rejeito a tua graça.