Quantas vezes aqui, nos sacros templos,
Ouço santas palavras destes padres;
Cuido ver-vos no púlpito elevado;
Mas desconheço as vozes, e nem sinto
Bater-me o coração dilacerado
Da grave dor cristã; nem em transportes
Subir minha alma ao céu como um eflúvio
Da flor erguido; então saudoso exclamo:
Quem me dera inda ouvir o grande Alverne!
Roma é bela, é sublime, é um tesouro
De milhões de riquezas; toda a Itália
É um vasto museu de maravilhas.
Eis o qu'eu dizer posso; esta é a Pátria
Do pintor, do filósofo, e do vate.
Embalde Roma invoco, e a musa empenho,
Para um quadro traçar destes prodígios;
Sem cessar uma voz me fala n'alma:
Da louca pretensão que te alucina,
Desiste, oh fantasia! não te é dado
Achar uma linguagem tão facunda,
Tão sublimes imagens com que pintes
Dignamente esta imensa maravilha.